Tantos caminhos...
Algumas relações.
Mais paixões.
E finalmente encontrei a tal.
G.
A minha amada.
Sabem porquê?
Porque quando amamos, não lhe queremos mal.
Só o bem.
Só a sua felicidade.
Mesmo que arda.
Doia.
Soframos.
Queremos desabafar, dizer-lhe, culpar, mostrar-lhe todo este fogo que nos arde por dentro, que nos consome, que nos mata aos poucos, que nos destrói. Mas por muito que definhemos, queremos que ela esteja bem. Sempre bem. Bela. Feliz. Intocável.
Tão cruel o Amor, não é?
Uma eterna maldição.
Que nos deixa viver, sem que no entanto consigamos viver a vida. Só sobreviver... Sem ela.
Que péssimo conselheiro me tornei.
Que horrível conselho este que vos dou.
O deixar ir.
Por amor.
Doi demais, não é?
Que se pode fazer?
Destruirmo-nos em súplicas que só nos desvalorizam. Nos tornam menores, miseráveis, nulidades.
Não!
Não podemos!
Triste consolo este.
Para nós.
Por ela.
Para que ela se sinta livre, que nos recorde com um leve sorriso dos momentos de felicidade que lhe proporcionamos. Os nossos momentos. Para sempre únicos.
É alguma coisa.
Muito pouca.
Ainda assim, alguma...
Uma tábua para a nossa estima, para que nos possamos olhar no espelho e orgulharmo-nos de quem se apresenta à nossa frente.
Um moribundo.
Um moribundo vivo.
Dói.
Porra!